terça-feira, 29 de março de 2011

De volta ao tempo #1 - Reinaldo

Fala torcedor mineiro, tudo tranqüilo?

Então, essa semana o nosso blog estreia vários quadros e um deles estreia hoje.

É o quadro "De volta ao tempo" que vai falar sobre os craques de antigamente que brilharam com as camisas do Atlético e do Cruzeiro. Nada melhor do que começar falando de Reinaldo, o maior jogador da história do Galo. Vamos lá?

Nasce um rei

Ponte Nova, 11 de janeiro de 1957. Nasce José Reinaldo de Lima, filho de Mário e Maria Coeli, o sexto de oito irmãos. Garoto de família humilde Reinaldo nasceu para ser rei, começando pelo nome.

Infância e adolescência

A sua paixão pela bola começou desde quando Reinaldo era criança, o "Rei" tinha uma técnica impecável e por isso não podia jogar com os garotos da sua idade já que desequilibrava. Então, Reinaldo treinava com os mais velhos.

Aos 14 anos, Reinaldo jogava no Pontenovense. Em 7 de setembro de 1971, o juvenil do Atlético, comandado por Barbatana, esteve em Ponte Nova para um amistoso. Barbatana foi à cidade para observar alguns jogadores, foi quando soube de Reinaldo: um menino que era um fenômeno, craque. O técnico Barbatana assistiu a um jogo de Reinaldo e quando viu o garoto jogar logo percebeu que não poderia deixar essa oportunidade escapar e logo trouxe ele para BH.

Em um jogo treino contra o time profissional do Atlético campeão de 1971 Reinaldo entrou na segunda etapa e aplicou dribles desconcertantes em jogadores consagrados da época como Dadá Maravilha, Humberto Ramos, Oldair, Vantuir e Grapete. Telê e Barbatana ficaram boquiabertos com o que viram.

Estreia no time profissional

Com apenas 16 anos, o adolescente estreava no time profissional. Sua estréia aconteceu no dia 28 de Janeiro de 1973, na derrota de 2 a 1 para o Valério no estádio do Mineirão. Naquele mesmo ano foi eleito revelação pela crônica esportiva mineira. Logo no ano seguinte Reinaldo já começava a sofrer com lesões no joelho. De acordo com ele, tudo foi conseqüência de um buraco no campo que pisou e teve torção no joelho esquerdo. Passou por uma cirurgia logo em seguida e teve o menisco interno extraído.

Ídolo do Galo

Em 1976 já era considerado Rei pelos torcedores e os gritos de “Rei, Rei, Rei! Reinaldo é nosso rei!” já era comum em todos os seus jogos. O Rei conquistou seu primeiro título ao ganhar de forma invicta o Campeonato Mineiro de 1976 e, dois anos depois, daria início ao hexacampeonato que o Atlético conquistou, entre 1978 e 1983.

Em 77, seu time encantou todos os que viram jogar. Um time que terminou o campeonato sem perder um jogo, mas que ficou apenas com o vice-campeonato, perdendo a final nos pênaltis para o São Paulo, que terminou a competição com 12 pontos a menos em um tempo que as vitórias valiam apenas 2 pontos.

O gol que valeu uma placa

Na partida Atlético 6 x 0 América-RN, válida pelo Campeonato Brasileiro de 1977, Reinaldo tabelou com Cerezo e recebeu a bola na entrada da área. Com um balanço de corpo, deixou a bola passar e levou o beque. Sem encostar na bola, Reinaldo tirou o goleiro do gol e tocou por cima dele, cobrindo-o espetacularmente de fora da área marcando o gol. O ex-goleiro e comentarista da Rádio Itatiaia na época, Kafunga, ficou tão maravilhado que mandou fazer uma placa homenageando o gol, hoje afixada no hall de entrada do estádio Mineirão (assista o gol abaixo)


Seleção Brasileira e Problemas no joelho

Reinaldo tinha garra, e como era rápido e habilidoso, sofria muito com os zagueiros que batiam sempre nos seus joelhos.

Logo depois do Campeonato Brasileiro de 1977, Reinaldo foi considerado o maior jogador de Minas Gerais.

Mostrando um futebol de gênio o nosso Reinaldo foi convocado para jogar a Copa do Mundo do ano seguinte. Jogou apenas três jogos pela Seleção e depois da Copa foi fazer nova cirurgia nos Estados Unidos.

Reinaldo ficou um ano sem jogar, e na volta dele foi marcado um amistoso contra o Santos no Mineirão. Antes do jogo todas as luzes foram apagadas e a torcida acendeu isqueiros para iluminar a volta do craque.

Em 82 "O Rei do Mineirão" como era conhecido foi convocado para a Copa do Mundo mais uma vez, mas pelos seus problemas no joelho ele foi cortado da escalação.

Em operações sucessivas, Reinaldo sofreu duas intervenções cirúrgicas no joelho esquerdo. Extraiu, na primeira, o menisco interno; na segunda, o externo.Com isso, Reinaldo era obrigado a treinar todos os dias sem folga, pois seus músculos podiam tender à atrofia, se parados. Reinaldo era tratado pelos melhores médicos da época e chegou a buscar ajuda na religião, na parapsicologia e até no espiritismo para ajudar no seus sérios problemas de lesões.

Após o período de recuperação Reinaldo treinava exaustivamente mas o seu futebol de antes demorou a voltar e a cobrança por parte da diretoria e da torcida começou a aparecer.

O futebol de Reinaldo demorou, mas voltou a aparecer, não como antes, mas mesmo assim era ídolo da torcida do Galo que queria de qualquer jeito ele de volta na Seleção. A massa até fez uma passeata em pleno centro da cidade carregando o jogador nos ombros. Nada ajudou.

Fim de uma curta e brilhante carreira

Depois de várias operações no joelho Reinaldo deixa o Atlético em 1985 e vai para o Palmeiras, onde ficou apenas três meses e não marcou nenhum gol. Em 1986 Reinaldo jogou pelo Alvinegro Amazonense, o Rio Preto, fez 6 partidas e marcou 2 gols. Depois disso Reinaldo voltou para Belo Horizonte, mas veio para jogar com a camisa do Cruzeiro, só que diferente do Atlético ele não brilhou por lá e jogou apenas 2 partidas e não marcou nenhuma vez.

Depois de muito tempo sem atuar e muito tempo sem mostrar aquele futebol que mostrou no Galo, o Rei foi jogar fora do país. No desconhecido BK Häcken da Suécia, mas depois de muito pouco tempo foi defender o SC Telstar da segunda divisão holandesa.

E foi lá que Reinaldo encerrou sua brilhante carreira. Em 1988, aos 31 anos, em decorrência de inúmeras lesões no joelho Reinaldo decide aposentar.

Sua última partida foi contra o Ajax da Holanda, atuando pelo Atlético, na data de 11 de Agosto de 1985, o resultado final dessa partida foi Ajax 4 x 1 CAM.

Alguns diziam que se não fosse pelas lesões Reinaldo poderia ter sido maior que Pelé.

Em uma entrevista em 2001 Reinaldo disse:"Passei dez anos jogando com o joelho inchado e sendo artilheiro. Só tirava o gelo
para entrar em campo."

Alguns dados do Rei

O "Rei do Mineirão" ou simplesmente "Rei" é considerado o maior ídolo e maior artilheiro da história do Clube Atlético Mineiro com 255 gols em 475 partidas.

Maior artilheiro do clássico "RapoGalo" com 16 gols.

Maior artilheiro da história do Mineirão.

Reinaldo foi o artilheiro com maior média de gols em um único Campeonato Brasileiro (28 gols em 18 partidas) em 1977

Títulos:

1975 - Taça Minas Gerais pelo Atlético

1975 - Taça Minas Gerais pelo Atlético

1976 - Taça Minas Gerais pelo Atlético

1976 - Campeonato Mineiro pelo Atlético

1976 - Torneio Conde de Fenosa (Espanha) pelo Atlético

1977 - Torneio de Vigo (Espanha) pelo Atlético

1978 - Campeonato Mineiro pelo Atlético

1978 - Campeão dos Campeões do Brasil pelo Atlético

1979 - Campeonato Mineiro pelo Atlético

1980 - Torneio Costa do Sol (Espanha) pelo Atlético

1980 - Campeonato Mineiro pelo Atlético

1981 - Campeonato Mineiro pelo Atlético

1981 - Torneio Brasília 21 Anos pelo Atlético

1982 - Campeonato Mineiro pelo Atlético

1982 - Torneio de Paris (França) pelo Atlético

1982 - Torneio de Bilbao (Espanha) pelo Atlético

1983 - Campeonato Mineiro pelo Atlético

1983 - Torneio de Berna (Suíça) pelo Atlético

1984 - Torneio de Amsterdã (Holanda) pelo Atlético

1985 - Campeonato Mineiro pelo Atlético


Pela Seleção Reinaldo jogou 37 partidas, marcando 14 gols, indo à Copa do Mundo de 1978, na Argentina.

Confira gols feito por Reinaldo em sua carreira vitoriosa:



Viva o Rei

Viva José Reinaldo de Lima

“Rei, rei, rei, Reinaldo é nosso Rei”


Imagens: Web Galo
Fonte: Galo Digital

Um comentário:

Contagiando Multidoes disse...

Parabéns pela excelente matéria!
Rei,Rei,Rei,Reinaldo é nosso rei!