Belo Horizonte, 25 de janeiro de 1947. Nasce Eduardo Gonçalves de Andrade, vulgo Tostão.
Infância e adolescência
Desde que nasceu, Tostão sempre foi apaixonado com futebol e logo na sua infância já jogava pelo time de várzea do bairro. Como ele era o menor e mais franzino do time, Eduardo recebe o apelido de Tostão (a moeda já era bem desvalorizada na época) e foi escolhido para jogar na ponta-esquerda, onde se especializou em chutar exclusivamente com a canhota.
Em 1962 com apenas 15 anos Tostão já jogava no Cruzeiro na equipe júnior de futebol de campo. No mesmo ano o jogador foi para o América, clube pelo qual seu pai torcia. Ele jogou apenas um ano por lá e voltou para o time celeste.
Reconhecimento, Taça Brasil de 1966 e Seleção Brasileira
Em 1966 que seu talento foi reconhecido quando ao lado de Dirceu Lopes, com quem formou uma das duplas de maior talento no futebol brasileiro de todos os tempos ganharam de Santos de Pelé, impondo uma goleada de 6 a 2, e conquistando em São Paulo, por 3 a 2, o título da Taça Brasil. Nascia o gênio e a primeira convocação para a Seleção.
O Técnico Vicente Feola convoca Tostão que com apenas 19 anos é um dos 47 convocados para a seleção que se preparava para a Copa do Mundo da Inglaterra. Naquele mundial aonde o Brasil foi um fiasco, o então jovem Tostão participou apenas de uma partida aonde o Brasil perdeu pela Hungria por 3 a 1, com gol dele.
Enquanto Tostão era conhecido pelo resto do mundo, em Minas ele faz o Cruzeiro ser penta campeão Mineiro de 1965 a 1969, um feito histórico.
Lesão
Em um jogo entre Cruzeiro e Corinthians o "Mineirinho de Ouro" como era conhecido domina a bola, mas não consegue evitar o choque com o zagueiro Castaños e machuca o olho esquerdo. Mas no dia 24 de setembro de 1969 outro lance viria a dividir a sua carreira. Jogavam Cruzeiro e Corinthians, pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa, no Pacaembu, a noite. Tostão recebe uma bolada no olho esquerdo chutada pelo zagueiro Ditão. O acidente causou descolamento da retina.
A preocupação não ficou só por conta da gigante torcida azul e sim de todos os Brasileiros, pois na véspera da Copa do Mundo de 1970 no México, Tostão foi submetido a uma ciurgia em Houston nos Estados Unidos.
Tostão joga ou não a Copa?
Esta era a pergunta mais ouvida em todo o País. Um jovem promissor de 22 anos, craque de bola, muito habilidoso, toques sutis, inteligência nos deslocamentos e na armação de jogo, artilheiro, considerado como um exemplo de jogador moderno, um dos maiores gênios do futebol mundial, passava bem, possuía o drible curto e sempre jogava de cabeça erguida, procurando a melhor jogada… tinha uma visão de jogo espetacular. Simplesmente um gênio. Não poderia ficar fora daquela Copa.
Saldanha caiu na seleção, deu o lugar a Zagallo. Zagallo não acreditava que Tostão poderia se recuperar faltando apenas três meses para a Copa do Mundo, nem mesmo os médicos acreditavam em sua recuperação.
Mas para a alegria da nação, de última hora, Zagallo convocou Tostão que foi sim para a Copa e jogou todas as seis partidas que deu o tri-campeão mundial para o Brasil. Muitos jornalistas e críticos da época apontaram Tostão como o craque daquela Copa.
Fim de sua curta carreira
Tostão fez sua última partida oficial pelo Cruzeiro jogando com a camisa 7 contra o Nacional de Uberaba, nesta cidade, em abril de 1972, pelo campeonato mineiro, que apontou o resultado final de 2x2.
Tostão não quis mais ficar no time da raposa pois não gostava do jeito disciplinado de comandar de Iustrich, então em Abril de 1972 ele foi para o Vasco da Gama por um valor altíssimo, o maior realizado entre times brasileiros até aquela época (3,5 milhões de cruzeiros ou US$ 535 mil).
Atuou no Vasco por um ano, mas um novo exame em Houston colocaria fim na sua carreira. O médico o aconselhou a parar, sob o risco de perder a visão. Com apenas 26 anos. Tostão marcou seu último gol no dia 10 de fevereiro de 1973, contra o Flamengo. Dezessete dias após um amistoso do Vasco com o Argentinos Juniors, Tostão anunciou o final de sua brilhante carreira, com 26 anos.
Tostão fez faculdade de medicina na UFMG de 1981 a 1997. No mesmo ano publica o livro "Lembranças, Opiniões, Reflexões sobre futebol". Atualmente é comentarista esportivo e escreve duas colunas semanais, publicadas em oito jornais brasileiros.
Alguns Dados de Tostão
Tostão tem a maior média de gols do Mineirão e nos oito anos que defendeu o Cruzeiro na "Era Mineirão" ele marcou um total de 143 gols no gigante da Pampulha
Artilheiro de 4 Campeonatos Mineiros seguidos (1965 a 1968).
Prêmios:
Bola de Prata Revista Placar: 1970
Melhor jogador sul-americano do ano eleito pelo jornal "El Mundo": 1971
6º Maior jogador Brasileiro do século XX pela IFFHS: 1999
14º Maior jogador Sulamericano do século XX pela IFFHS : 1999
58º Maior Jogador do Mundo do século XX pela IFFHS : 1999
53º Maior Jogador do Mundo do século XX pela revista inglesa World soccer : 1999
Curiosidade: O personagem Roberto Hongo da série "Super Campeões" foi inspirado nele.
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